Era ela, e ela. Eu era.
Era o sem-fim de um beijo, basto e sem beiradas. Sem fundo. Sem cume.
Tamanho aquele possível, que o mar diante, era pequeno e menos profundo. E nos nadávamos no abraço ínfimo de nossas línguas. Dela. Minha. E dela.
Era um pulo nos campos-pele. Nas peles morenas torradas. Morenas mais claras. Morena suada.
Era o encontro do momento. Instante diminuto do segundo. Ela no meu olho. O olho meu no dela. Ela e ela. Eu mesmo.
Era a base da grã pirâmide. De ponta-cabeça todos os argumentos. Eu amava o mar, sendo apenas testemunha do corpo dela, e o meu, e o dela, trançados num só agarre. Nús num só beijo.
Beijo no tempo da sétima onda que veio. E depois voltou, e veio, antes de acabar o tempo. Era eu dela, e dela. Delas eu mesmo.